domingo, 7 de fevereiro de 2010

Murtede não quer TGV a passar na freguesia


Depois de se ter pronunciado publicamente e junto das entidades competentes, designadamente junto da RAVE – Rede Ferroviária de Alta Velocidade, a Junta de Freguesia de Murtede alia-se à Câmara Municipal de Cantanhede e convocou uma sessão de esclarecimento à população no âmbito do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da Ligação Ferroviária de Alta Velocidade (TGV) entre Lisboa e Porto, lote B (Pombal-Aveiro), em particular no que respeita aos traçados quatro e cinco, que são as alternativas no sub-troço Norte do referido lote B.
De acordo com o presidente da junta, Carlos Fernandes, a população foi unânime em reconhecer a posição já assumida pela junta de freguesia e pela Câmara de Cantanhede «de frontal oposição» ao traçado quatro que atravessa a freguesia de Murtede no eixo Norte/Sul, «dado os inconvenientes daí decorrentes» e as reservas e preocupações relativas a diversos aspectos, de entre os quais a população, com o apoio da autarquia da freguesia, destaca um rol de «inconvenientes».
Desde logo a afectação de habitações nas localidades de Porto de Carros; falta de garantias da reposição da travessia na estrada municipal que liga as localidades de Carvalho e de Porto de Carros; atravessamento de importantes zonas vitivinícolas e de terrenos de Reserva Agrícola Nacional e de Reserva Ecológica Nacional; corte de dezenas de caminhos rurais, «sem garantias da instalação de passagens agrícolas ou da construção de caminhos paralelos que permitam adequado acesso aos terrenos…» E ainda a criação de barreiras físicas em zonas florestais, «criando zonas de vegetação densa e de difícil acesso, propícias à ocorrências de incêndios»; criação de uma barreira física entre uma freguesia periférica e a sede do município de Cantanhede; destruição de uma larga faixa de terrenos florestais e agrícolas, «agravado pelo facto de o traçado do TGV ser “colado” às faixas de protecção de linhas de alta tensão»; degradação e alteração dos perfis de linha de água atravessadas; destruição de consideráveis áreas cinegéticas, entre outros aspectos «nocivos à qualidade de vida da população».
Por todas estas razões «e porque se entendeu que o TGV não trará qualquer vantagem directa ou indirecta para a freguesia de Murtede e para as suas gentes», a população, com o apoio da Junta de Freguesia, entendeu formalizar a sua insatisfação num abaixo-assinado – que recolheu cerca de duas centenas de assinaturas em apenas um dia - onde demonstra as suas preocupações e a sua clara opção pelo traçado cinco (pelo lado da Mealhada), em detrimento do traçado quatro (que atravessa o concelho de Cantanhede.

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